Amigos Imaginários: Deve ser motivo de preocupação?
Muitos pais descobrem que os seus filhos têm amigos imaginários acidentalmente: ou porque percebem que a criança está conversando sozinha, ou porque pisam no amigo imaginário, ou porque a criança lhes conta aventuras que viveu com alguém que os pais sabem que não existe.
Descobrir que o filho tem um amigo imaginário pode ser motivo de grande preocupação para os pais, que muitas vezes se questionam se este será um sinal de que a criança tem dificuldades a fazer amigos de carne e osso, ou de alguma perturbação de outro tipo.
A seguir, vamos mostrar como conduzir a situação para ajudar seu filho. Confira!
Por que crianças têm amigos imaginários?
Os amigos imaginários costumam aparecer a partir dos 2 anos e podem fazer parte do cotidiano das crianças até que estejam prontas para seguir sozinhas. Eles podem se apresentar em diversas roupagens, como animais, outras crianças, super-heróis ou adultos.
Esses companheiros, frequentemente, têm suas características e personalidades baseadas em um personagem de algum filme, livro, desenho ou em alguém que o pequeno conhece. Contudo, também podem ser totalmente definidos pela criança. É um processo comum do desenvolvimento das habilidades imaginativas e uma forma de exercitar a criatividade.
Há muito tempo, acreditava-se que as crianças que tinham amigos imaginários eram aquelas que sofriam com problemas de falta de atenção ou que eram introspectivas. Filhos únicos e irmãos mais novos ou mais velhos costumam ter mais facilidade de imaginar colegas. Porém, os pequenos que contam com companheiros desse tipo também podem ter muitos amigos reais, irmãos e atenção dos pais e responsáveis.
Portanto, não é porque o seu filho começou a falar sobre um colega invisível que significa que ele precisa de um irmão ou novos companheiros. Ele apenas quer se divertir com sua própria criação.
Um amigo imaginário é uma companhia constante, ou seja, a criança pode brincar com ele quando quiser sem ter que esperar pela vontade do outro. Também é uma maneira de encarar o tédio e de aproveitar os momentos em que ela está sozinha.
Devo me preocupar com o amigo imaginário do meu filho?
Apesar da importância que esse personagem possa desempenhar na vida do seu filho, é normal se preocupar com a situação. Logo, para que essa fase continue a ser saudável e divertida, é essencial estar atenta ao comportamento da criança.
Um comportamento que precisa ser observado é se o seu filho utiliza os amigos imaginários para se livrar da culpa. Dizer que quem bagunçou o quarto foi a “Princesa Abacaxi” para se livrar de uma bronca é algo que não pode ser incentivado.
Portanto, ao notar esse tipo de ação, deixe claro ao pequeno que o comportamento não é certo e, no caso da bagunça, diga que ele precisa arrumar o espaço.
Esse tipo de amizade pode, sim, criar uma comunicação melhor com o seu filho. Entretanto, quando a criança perde a própria voz, é imprescindível contornar a situação. Se, ao ser questionada se deseja comer algo ou fazer alguma coisa, o pequeno diz que precisa perguntar para o “Gengibre”, seja firme e diga: “eu quero saber o que você quer fazer”.
Isso faz com que o pequeno entenda que a sua formação de personalidade não pode depender de outra pessoa e que ele pode e deve ser quem é e ter suas próprias opiniões.
Até quando apoiar o amigo imaginário?
A fase dos amigos imaginários costuma terminar sozinha. Uma hora a criança para de falar sobre os companheiros do mundo da fantasia e segue.
Se não houver nenhum problema relacionado à criação desse personagem e se o pequeno se beneficiar socialmente e criativamente, é algo que pode ser incentivado. Alguns especialistas indicam que a fase ideal para ter amigos imaginários é até os 7 anos. Entretanto, se a criança tem um dia a dia normal, conta com amizades no mundo real, consegue se relacionar bem e não tem problemas de comportamento, não há impedimentos para que o pequeno leve a fantasia adiante.
A melhor forma de lidar com o amigo imaginário do seu filho é se juntar à brincadeira. Além de dar atenção às histórias que o pequeno conta sobre a amizade, é importante mostrar interesse. Pergunte como o companheiro se parece, de onde ele é, quantos anos tem e outras informações. Esses dados trabalham ainda mais a criatividade infantil.
Ao ouvir o pequeno dizer que você esbarrou no amigo imaginário ou se sentou nele, peça desculpas. Brigar por causa da existência do amigo imaginário não é uma alternativa nessa situação. Como a fantasia acaba quando a criança está pronta, cabe a você, mamãe ou papai, tomar atitudes para favorecer o convívio social do seu filho.
Os amigos imaginários podem ajudar o pequeno a entender melhor os medos, desejos e opiniões do seu filho, além de auxiliarem no desenvolvimento infantil. Se a criança não tiver mudança de comportamento e se beneficiar com esse mundo de fantasia, não há mal algum em entrar na brincadeira. Aproveite para se aproximar do seu filho e fortalecer a comunicação entre vocês com muita criatividade!
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Fontes:
https://www.grudadoemvoce.com.br/blog/amigos-imaginarios/
https://www.oficinadepsicologia.com/amigos-imaginarios-motivos-de-preocupacao/
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